Filosofia, ciência e religião


Entender e explicar a vida são necessidades do ser humano devido à sua racionalidade. Na medida em que as verdades vão sendo descobertas, o processo de evolução abre-se ao equilíbrio e ao desenvolvimento das virtudes divinas.
A concepção de individualidade gera atrito, pois o medo causado pela falsa noção de separação sociológica produz defesas e ataques a partir do esquecimento das virtudes humanas e do gérmen divino presente em cada ser. Tal esquecimento fez nascer a “certeza” sobre falsa existência predominante na sociedade, esta está à beira do apocalipse social, no qual o poder está no indivíduo. Isso faz com que as cidades, esses aglomerados de civilização, se tornem selvas competitivas, onde “o homem é predador do próprio homem”.
As projeções humanas demarcam a individualidade; a falsa condição de autoria e a ilusão da autosuficiência confundem as mentes mais desenvolvidas. A tomada de consciência ou o despertar para o entendimento de que tudo e todos estão interligados numa única VIDA que pulsa no cosmo, revela que a liberdade existencial é feita da reunião das liberdadades.
A cada dia a vida renasce e o renascimento é proposital no caminho da evolução, pois está na morte a outra face da vida. As pessoas são destinadas a observar, refletir, registrar, educar, organizar, agir, divulgar e consolidar a personalidade... cada qual trazendo propulsões para realizar sua parte vital no todo universal. Quando atentas à orientação dos acontecimentos na própria vida, na busca do preenchimento existencial e pela felicidade pura, desenvolvem habilidades que vão sendo úteis ao processo global. Consolidando a busca racional pela felicidade, as pessoas almejam pela satisfação do ego a partir da percepção dos sentidos, o que as fazem afastar do propósito da sua própria essência e estagnar temporariamente o seu processo evolutivo, porem acreditam estar na prosperidade material a solução para todos os seus problemas.
O inconsciente é determinante no comportamento humano e seu conteúdo. Quando liberado da memória eterna através do perdão (a si e ao outro), gera atos conscientes e livres que representam o início da jornada do indivíduo rumo à unicidade espiritual. A filosofia, a ciência e a religião são instrumentos para o desenvolvimento do pensamento em favor da vida e, portanto, da evolução planetária. Cada qual participa do processo vital e universal na crescente espiral evolutiva que agrega cada vez mais conhecimento social. Quando alinhadas as pessoas ao termo de condicionamento ecológico, elas provocam o desencadear do poder do coletivo no apocalipse social, este é condutor essencial e inteligente.
O plano científico, ao acolher a fé e o amor como poderes divinos presentes no Homem, permite-se evoluir grandemente, pois a verdade identificada pela razão se complementa com a verdade intuitiva (e vice-versa), sendo que é difícil de ser medida por não haver ainda instrumentos que captem informações que se estão além do estado de partícula (matéria) ou onda (movimento).
A aceitação da intuição como conhecimento em complementariedade à ciência é que possibilita o entendimento do funcionamento da vida e da subjetividade; o universo subjetivo representa o Ser em sua eternidade. A expressão consciente de uma pessoa em plena felicidade revela sua alma, sutilmente integrada ao todo universal, inteira e moralmente bem desenvolvida.
O avanço científico, filosófico e religioso se apoderam do verbo divino para o aprimoramento da espécie humana. Esta orientação vem a ser um preparo, uma orientação que permite ao ser existir tendo responsabilidade para com o todo, para isso existe a educação, assim orientar e inspirar que o indivíduo se abra ao conhecimento é uma necessidade, esta é uma ferramenta que passa a ser utilizada no processo educativo de uma pessoa, pois permite a existência da intuição.
A humanidade, em espírito, se expressa no cosmo pelo verbo divino. Quando alinhadas às vozes, tendo-se compreendido a unicidade moral e vital, acontece o diálogo pela consciência cosmica. Deveras que a ação inteligente faz ver que os limites humanos estão no intelecto e não na alma. É preciso que o saber expanda-se para além do racional e englobe o conhecimento disponível no inconsciente coletivo, o qual acolhe o saber cosmico permeando os mundos material e imaterial na eternidade, esta fundamenta presente, passado e futuro num único conhecer.
Considerando o seu semelhante como cerne das suas relações sociais, o pensamento em evolução organiza-se com o todo e para benefício do todo. Tendo superado a sensação de culpa (que gerou arrependimento e finalmente perdão), o ser humano dá um salto rumo à evolução do seu pensamento e passa a sentir e pensar de forma integrada à natureza, (uma vez que se reconhece como parte dela), sim coletividade existencial, eis a máxima da espiritualidade que transcende o termo “religião”, pois engloba toda uma manifestação de pureza e temor a Deus.
As afinidades vibratórias tem a função de constituir a densidade fluídica necessária para a concepção do divino, este estruturado na matéria e através das relações eternais. O tempo é este, na história da humanidade, onde os vínculos afetivos são ampliados em grupos cada vez maiores; as individualidades existem para a destinação de cada ser e sua contribuição social, porém são como as cores do arco-íris, unidas e igualitárias em grau de importância e beleza, formam o todo e sua existência ganha sentido ampliado.
Pequenas atitudes na vida em comunidade geram resultados significativos e imprescindíveis para o funcionamento da vida social. É útil a simplicidade para que se mantenha o propósito comum de maneira clara. O conhecimento, por mais aprofundado e elaborado que seja, pode ser expresso de maneira simples e de modo a ser compartilhado e experimentado por indivíduos em suas diversidades vitais.