Comunidade é família ampliada


No processo evolutivo e humano, as pessoas ainda carecem de atenção quando influenciadas pelo ego, o qual traz consigo a necessidade de ser satisfeito. Na família o ser tem a oportunidade de receber atenção suficiente para superar tal necessidade, e mesmo não sendo referida oportunidade satisfeita dentro do próprio lar, a pessoa em transição vital pode encontrar na comunidade o espaço para aplicar suas habilidades e assim sentir-se útil, pois ela passa a ser orientada de modo solidário, este proporciona sentidos vitais ao vivente, de forma que ele supera as necessidades individuais e coletivas de uma pessoa, portanto alcançar a satisfação em uma esfera benevolente, altruísta e intuída de significados reais, de fato conscientiza o autodomínio de um homem. Claro que a fé respalda a caridade e juntamente do conhecimento, sim fala-se da fé divina, à qual não é a fé humana, para que este fenômeno aconteça, basta ao ser uma referência positiva, ou seja, o despertar da admiração por algum indivíduo que traga um diferencial em sua conduta, seja ele um vizinho; um amigo da família; um catequista; um professor; algum parente, em fim alguém que esteja vivendo a fé humana... Do contrário a pessoa encontra dificuldades em superar a sua condição carente, e para ser notado pelos outros acaba agindo de forma nociva a si mesmo e à sociedade, pois em vida o homem desenvolve o seu ego, conseguindo assim desenvolver também a fé humana.
O fundamento do Ser é a essência inteligente da vida. Aprendiz do infinito, ele conquista o autodomínio depois de se conhecer e aceitar a sua própria natureza funcional; identificar suas faltas e ter clareza de quais são os seus valores primaziais para, enfim, assumir as tarefas coletivas que lhe são concedidas. Pré-requisito para o autodomínio é o indivíduo alcançar o discernimento dos próprios sentimentos e pensamentos, tendo clareza da sua causa e origem vital ou intrínseca. No processo de evolução humana o apocalipse social pode ser considerado como era da maturidade espiritual, dentro dos padrões de evolução deste planeta de expiação convergindo-se para o estado de regeneração social.
As atividades sociais são obras impulsionadas por uma causa inteligente e através da solidariedade humana e direcionada ao plano divino. Elas representam “o pão da vida”, sim o alimento do vivente para que sua experiência encarnada flua nos trilhos da evolução, pois são essas obras que possibilitam à pessoa desenvolver todas as virtudes divinas que foram adormecidas no momento da encarnação do espírito neste planeta.
Ao pronunciar as palavras seguintes, “eu e meu Pai somos um”, o Mestre Jesus Cristo contou à humanidade que sua origem é divina e sobre a ligação que o Filho tem com o Pai. Da mesma forma as ações humanas, quando praticadas com propósito divino, fazem as pessoas apropriadas para a vida fraternal. O desenvolvimento da vida em comunidade é imprescindível para a evolução planetária, pois transforma o comportamento humano, gerando conhecimento prestimoso.
O despertar no interior humano é a roda de engrenagens para o movimento evolutivo, uma vez que no cosmo a vida é interdependente. Disse ainda o Mestre: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida e ninguém conhece ao Pai senão por mim”. Na lógica do Filho que contém a semente de todas as virtudes como herança divina, a pessoa precisa conhecer-se e encontrar em si (no EU) o caminho e a verdade. Só assim, conhecerá seu pai espiritual o Ser Supremo, Deus. E para conhecer a Si, o Homem utiliza espelhos, ou seja, o seu intrínseco e o que são os seus semelhantes, aprendendo com os erros e experiências deles, o mesmo desenvolve virtudes a partir da convivência e participa do jogo da vida com sua energia vital. O segredo do jogo é que ele só termina quando todos os participantes alcançam o objetivo comum, que é a (re)construção do paraíso,sem perder de vista as palavras do Mestre Jesus: “Meu reino não é deste mundo,” porque a família é espiritual e universal e meu reino é intrínseco.