Princípios fundamentam os ideais


Quando o ser está conectado à Fonte Suprema de amor, a liberdade e o livre arbítrio identificam a Vontade de Deus em seu próprio âmago, entendendo que ela condiz com a sua própria vontade, desta forma a realização da vontade divina traz alegria plena ao vivente e simultaneamente se concretiza o anseio de Deus em vida eterna, sendo que nós como humanos dependemos de estabilidade vital e humana.
A sabedoria conduz a um caminho de retorno à simplicidade; a inteligência desenvolve o que é simples nos mais sofisticados recursos humanos, levando a humanidade a superar atitudes embasadas nos sentimentos de egoísmo desnaturalizado e da ganância, uma vez que estes impedem o desenvolvimento da coletividade como um todo.
O livre arbítrio seleciona caminhos a serem seguidos entre as oportunidades vitais que o ser encarnado é capaz de perceber. Quanto mais consciente for a escolha vital mais próxima da essência e do aprendizado a pessoa se encontra. Escolhas baseadas somente na razão nem sempre culminam em felicidade e, portanto, nem sempre representam a Vontade em sua essência. As escolhas organizam a vida e promovem aprendizagem em todos os seus níveis, com isso temos chances de organizar a vida conseqüente e experimental.
Instituições como a família e a escola podem favorecer a estagnação do raciocínio e valorização do senso comum, culturalmente condicionados e podem, todavia, potencializar um aprendizado liberto, exclusivo e autêntico, educando a pessoa para o desenvolvimento da autonomia. Tudo depende da escolha das suas lideranças e do nível de tomada de consciência que elas já alcançaram em relação ao fluxo da vida e a evolução. Ainda assim, em ambas as instituições existem os que escolhem aprender e os que decidem manter-se à margem da razão, afinal, são muitas as variáveis em torno do livre arbítrio.
Mediante o cultivo de experiências espirituais, o que nem sempre acontece por meio da religião, a pessoa amplia sua capacidade de acesso ao intrínseco poder da intuição que fortalece a fé e a autoconfiança diante das escolhas da vida. Tornam-se mais claros os propósitos que sustentam os ideais, são estes que movem as pessoas em fraternidade. Os bens materiais passam a ser vistos como recursos para serem postos a favor da coletividade, pois eles perdem o sentido próprio quando minimizados ao uso de uma única pessoa ou de seu restrito grupo.
Os ideais normalizam a materialidade, de forma que os objetos voltam a ter a importância de coisa, não superando o valor da pessoa humana. Este é o resgate que a humanidade está a promover no apocalipse social. O bom senso coletivo pode ser gerado a partir do tratamento horizontalizado nas relações sociais, onde cada qual aprende a respeitar o universo do outro e aceitar a parcela de entrega humana ao ato coletivo que cada pessoa pode ter a oferecer ou compartilhar com o todo universal, isso para a evolução de expressão do verbo divino ou simplesmente a expressão da alma.
A compatibilidade entre essência material e matéria espiritual se dá naturalmente no âmbito da evolução social, à qual ensina a humanidade a extrair do planeta apenas o necessário para o seu sustento, sem explorá-lo demasiadamente a ponto de pôr em risco sua capacidade de regeneração. O termo sustentabilidade alcança todos os pontos da Terra e seu entendimento se amplia na medida em que os sistemas ecológicos entram em colapso, pois há ainda muita gente encarnada vivendo apenas o mundo sem consciência vital e humana.
A consciência divina manifesta a vida eterna por meio da misericórdia e a capacidade de perdoar faz o ser avançar em seu processo de evolução. No silêncio da alma e em sintonia com Deus a transcendência torna-se cada vez mais comum, uma vez que é naturalmente divina. A paz interior, em uma busca diariamente exercitada, fortalece o ideal humano que transcende o pensamento e, portanto, o que é explicável.